Por vezes ainda existe a tendência primária de subverter os valores da liberdade sendo a limitação da liberdade do outro a primeira tendência, não respeitando minorias ou maiorias silenciosas, o caso que apresento é um bom exemplo disso em que após a decisão abrupta de vedar a um conjunto de cidadãos um bem que é comum e que tem por finalidade também servi-los, é tempo de seguir este exemplo e dizer basta, façam também abaixo assinados, comunicados para a comunicação social, qualquer coisa, mas façam… Eu começo por aqui...
“Évora: Criadores e praticantes de hipismo contestam proibição de andar a cavalo na ecopista
6 de Agosto de 2007
Um grupo de criadores e praticantes de hipismo contestou hoje a proibição de circular a cavalo na ecopista de Évora, através de um abaixo-assinado, com cerca de 500 subscritores, entregue no município local.
"Sentimo-nos discriminados por, agora, não podermos passear a cavalo na ecopista ecológica, subsidiada por fundos comunitários e que devia estar aberta à livre utilização por todos", criticou João Vaz-Freire, o primeiro subscritor do abaixo-assinado.
Este antigo cavaleiro de alta competição falava à agência Lusa após a entrega documento, hoje à tarde, na Câmara Municipal de Évora.
Na origem do protesto está o Regulamento de Utilização da Rede de Percursos Ambientais de Évora, em vigor desde dia 28 de Julho, que ordena a gestão da ecopista e dos percursos do Alto de S. Bento, Monfurado e Aqueduto, com coimas (dos 50 aos 1.000 euros) para punir as infracções.
Ao abrigo do regulamento, passou a ser "expressamente proibido" o parqueamento e circulação de cavaleiros na ecopista, Aqueduto e Alto de S. Bento, destinados somente à circulação a pé, de bicicleta e em cadeira de rodas.
Só nos percursos na serra do Monfurado, na zona rural do concelho, visto utilizarem caminhos públicos e municipais, é que é permitida a circulação de cavaleiros e veículos motorizados.
As regras para a ecopista merecem a contestação do denominado "Grupo de Criadores, Utilizadores e Amantes do Cavalo na cidade de Évora", responsável pelo abaixo-assinado hoje entregue e que reivindica a revogação do regulamento.
"Estamos convictos que o presidente da câmara nos vai responder e que o regulamento será revogado. Devia-se optar por um código de boa conduta que abranja todos os tipos de utilizadores da ecopista", argumentou João Vaz-Freire.
Os subscritores realçam que o desactivado Ramal Ferroviário de Mora, onde existe hoje a ecopista, é utilizado "há 20 anos" por cavaleiros, os quais não podem, agora, ser "marginalizados" no acesso à infra-estrutura.
"Esta proibição não faz sentido. Não consultaram peritos ligados ao mundo equestre e ter uma pista ecológica onde não se pode passear a cavalo não é bom para o desporto, nem para a cultura, nem para o turismo", afiançou João Vaz-Freire.
Desde a entrada em vigor do regulamento, a GNR "já autuou vários cavaleiros" na ecopista, um deles "às 06:30", numa zona rural daquele percurso "onde não havia vivalma", denunciou ainda o mesmo praticante de hipismo.
Os subscritores lembram que os percursos ambientais têm na sua génese a criação de "itinerários" destinados, entre outras actividades, ao "hipismo" e "em condições de poderem ser utilizados livremente por todos os cidadãos".
O concelho de Évora possui "cerca de 150 cavaleiros federados", com "licença nacional e internacional e seguro", destacou João Vaz-Freire, que sugere mesmo, no texto do abaixo-assinado, um esboço para um código de boa conduta aplicável aos adeptos dos cavalos.
"O percurso de cavaleiros no troço alcatroado até podia ser totalmente proibido, porque é aí que o tráfego de pessoas é maior. E, na terra batida, até ao quilómetro sete, em que ainda há pessoas a pé, os cavalos poderiam circular, mas só a passo", exemplificou.
João Vaz-Freire reconheceu à Lusa ter conhecimento da existência de "algumas queixas", mas esclareceu não ter registo de "qualquer incidente" provocado por cavaleiros.
RRL.
Lusa/Fim”